Minha Crônica: Desgraças!

Desgraças

No instante dessa semana, me deparei com o exército de meu inimigo, eu mesmo. Tal desconfiança que me aliena ao casulo de solidão profunda. Tais dias, deveras, direcionava meus olhos nos espelhos de minha morada, transmitia a minha cabeça a perplexidade de minha personalidade, simples fato a ver minha imagem, a imagem de uma pessoa frustrada com que as pessoas pensam dela. Naquela imagem, vi minha família e amigos; o exército.

Quando me olhava, lembrei de minhas desgraças:

-Bom dia !

-Aff! Bom dia!

Logo pensei: Ninguém gosta de mim!

-Ângelo, não conto as coisas para você porque tens coceiras na língua!

Logo pensei: Ninguém gosta de mim!

- Por que vás embora?

- Seu ego exotérico és a causa de meu pai ordenar a saída se sua casa. E você já sabe, é honra jamais desobedece-lo de desaponta-lo.

Logo pensei: Ninguém gosta de mim!

-Sua mãe me olha torto?

-Tal minha mãe conservacionista olhas-te torto por ser diferenciado.

Logo pensei: Ninguém gosta de mim!

-Mãe! Apoias Uganda?

-Sim, diferenciados merecem morrer!

Logo pensei: Se minha mãe deseja minha própria morte, logo relevo, ninguém gosta de mim!

Ando pelos corredores poloneses com as orelhas queimando, naquele espelho maquinei pensamentos insolentes de até minhas melhores amigas, enfiando a faca em minhas costas, percebi os erros que me falam que cometi, embora a razão diz outra. A lágrima escorreu ao meu rosto, direciono minha cabeça ao chão, como uma alma fracassada.

No chão, deparei com meu cachorro, tal ser que vive dia a dia sem se preocupar com que as pessoas pensam dele. Ele subiu em minha perna pedindo carinho, acariciei sua nuca e pensei: Eis aqui alguém que goste de mim!

-Ângelo! Você é meu melhor amigo!

Logo pensei: Eis alguém que goste de mim!

- Você é meu irmão!

Logo pensei: Eis alguém que goste de mim!

- Te amo Ang!

Logo Pensei: Eis alguém que goste de mim!

- Petit Gateau, desejo seu coração.

Logo pensei: Eis alguém que goste de mim!

Pensando nessas alegrias me fizeram pensar: talvez momentos fossem piores sem mim.

Logo penso, logo penso, logo penso: Tal dádiva e desgraça fui presenteado pelos deuses. Minha mente volta-se para as desgraças de minha vida.

Foi os espelhos de minha morada que me fizeram pensar:

-Sou eu mesmo que não gosto de mim!